terça-feira, 28 de fevereiro de 2012



o rabo do gato desenha
letras árabes no mosaico da sala.
arranha o tapete de arraiolos,
rasga o jornal de letras
e um verso escapa-se pela janela entreaberta
uma pétala de violeta
é o tempo das violetas
fugiu para a janela da vizinha
um andar abaixo
talvez atraída pelo cisne de camille saint säens
no carnival des animaux
o gato enfurece-se com o silvo do vento
e quase me estraga o poema.
vale o método tradicional
um novelo de linha encanta o ga
to.
alguém pousa os lábios nos meus olhos.

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